Vô Dante e Marcelo com o Aero Willys 62
Vitor Marcelo Mainieri Reinert é meu nome completo, mas sou mais conhecido e chamado por Marcelo Reinert. Nasci em 1969 em Porto Alegre/RS.
A minha paixão por carros foi com certeza despertada através da convivência com meu avô Dante que habitualmente falava muito sobre carros, fazia coleção da Revista 4 Rodas e tinha um Aero Willys 1962.
As revistas eram folheadas em quase todas a visitas a casa dele, sem falar que andar de Aero 62 era marcante a ponto de lembrar do cheiro do carro, barulhos do motor e trocas de câmbio como se fosse hoje. Com este Aero Willys aprendi a lavar e conservar um carro.
Opala e o Pai
Aos 12 anos eu pedia a meu pai para descer a garagem e ligar o motor da Brasília 1976, toda a vez antes de sairmos. Mas em uma dessas, tomei a iniciativa de tirar o carro da garagem, o que deixou meu pai bastante surpreso. Disse a ele: “pai, eu aprendi as marchas com teu amigo e observo como tu dirige”. Contudo o que me colocou de vez no mundo dos automóveis foi um Opala de Luxo 1973 rosé metálico com teto de vinil bege adquirido por meu pai em 1982 com o objetivo de poupar o Chevette SL 81 das idas ao sítio da família, pois era um carro bem novinho.
Só que, assim como meu avô, ele também tinha ferrugem no sangue e o Opala acabou virando seu “xodó”. Apesar se ser um carro “inteiraço” (nos termos da época) aos poucos foram feitas diversas customizações que eram discutidas entre nós, entre as que eu sugeri foram: as rodas Mangels cromadas, as molduras de faróis de antimônio do modelo Gran Luxo (uma saga para achar nos desmanches já em 1984), todos os frisos pretos raspados para deixar no padrão cromado e naturalmente o equipamento de som, sendo que o tão desejado por mim, amplificador/equalizador Tojo GR-300 com câmara de eco, comprei com o dinheiro da minha poupança.
Santana GLS 1989
O pai mandou fazer o estofamento na Aldo Auto Capas (fabricante do Miura), envenenou o motor 153 original em uma antiga oficina especializada, instalou vidros e antena elétricos, retrovisores Flag Turbo com comando interno, volante esportivo, entre outros equipamentos e detalhes que foram feitos até 1992, ano em que o Opala se despediu da família Reinert para dar lugar a um Santana GLS 1989.
Os carros dos pais dos meus amigos e vizinhos também me atraíram para este meio maravilhoso e que não posso deixar de citar os que mais me chamavam a atenção como; o Monza Hatch SL/E 1.6 1982 marrom bronze do sr. Juarez, que era rebaixado e equipado com rodas Scorro, som com rádio toca fitas Bosch Miami e o Tojo GR 300, assim como; a Caravan Standard 1982 prata azulada do tio Clóvis com o inédito câmbio de 5 marchas e rádio PX amador com aquela antena “maria mole” da época no parachoque traseiro. Aliás o tio Clóvis tinha uma mini oficina em sua garagem, onde aprendi mais sobre carros e fizemos carrinhos de rolimã.
Dudu e sua Equipe após cromagem do motor
Desde o início de minha adolescência convivi com os mecânicos que trabalhavam nos carros de meu pai, revirei os antigos ferro velhos atrás de peças, lojas de autopeças e concessionárias, desmontava os carros por dentro para fazer limpezas detalhadas e corrigir problemas como infiltrações, ruídos, mal funcionamento do painel, instalação de som e tudo o que me era permitido fazer com as ferramentas que eu tinha e o espaço disponível na garagem do prédio em que morava.
Meu primeiro carro foi um Opala Comodoro 1979 dourado parati, coupé, 4 cilindros e com teto de vinil preto, que ganhei de meu pai em 1989, sendo que um ano depois ele aceitou meu pedido e trocou o 79 por um maravilhoso Comodoro 1981 coupé branco, com motor 4 cilindros a álcool que ficou comigo até 1991, quando resolvi vender e começar a comercializar carros.
Tio Ciro e seu Landau 1982
Com a chegada do plano real, em 1994, a dificuldade para revender automóveis tornou inviável o negócio e tive que partir para outra atividade. Mesmo sem trabalhar diretamente com carros eu não me distanciei deles, pois, para manter os de meu uso, continuei indo a oficinas, desmanches e com frequência ajudava as pessoas de minha convivência a fazer manutenção e avaliar carros na hora de trocar.
Acumulei conhecimento pela prática e o grande interesse pelos carros, além da vontade de sempre deixá-los o mais perfeito possível. Fui requisitado diversas vezes por parentes, amigos e pais de amigos para examinar carros inclusive quando era o caso de comprar um novo carro, assim como efetuei diversos consertos.
Em 2001 fiz cursos básicos de mecânica e injeção eletrônica no Senai Automotivo para aperfeiçoar meu conhecimento, já que eu tinha recomeçado a comercializar veículos de forma paralela à atividade principal, além de finalmente ter realizado um sonho: a compra do Ford Landau 1980. Foi com este veículo que ingressei definitivamente no mundo dos antigos e especiais, até que, em 2004, criamos o site e a empresa Ateliê do Carro. Desde então diversos carros foram achados e resgatados por mim, para serem colocados à venda no site, juntamente com o sistema da Consignação Virtual, que já possibilitou centenas de negócios entre clientes das mais diversas cidades do Brasil.
Atualmente a empresa com nome firmado, reconhecido no meio antigomobilista e pioneira na comercialização de veículos especiais pela internet também realiza avaliações preliminares para quem quer comprar um carro com segurança em Porto Alegre e Região Metropolitana, mas mora em outra cidade, assim como vistorias preventivas para auxiliar quem deseja adquirir qualquer tipo de carro.